sábado, 23 de janeiro de 2010
Ontem
Ontem
Ontem você matou
a última parte minha
que ainda podia se levantar.
Ontem o meu coração,
você atirou pela janela.
E com sangue nas mãos,
você deu o golpe de misericórdia!
Por quê? Por que não me deixou tentar?
Por que não podemos nos amar?
Meu corpo é só carcaça,
e por dentro está tudo azul.
Um azul que acalma meu coração,
e conforta minha alma,
que apenas questiona:
Por que apedrejas a mão que te afagas?
Por que maltratas quem te cuidas?
Será que um dia ainda terei
o brilho nos olhos?
Será que ainda serei amado
como eu amo você?
Será que eu ainda serei capaz
de amar alguém na mesma intensidade
que eu amei você?
Eu fui homem,
mas não o bastante para conseguir
o que queria.
Eu sou homem,
mas não o suficiente suportar
tudo mais uma vez.
Eu sou homem que sofre
porque amo intensamente,
e o amor é lenda,
é aventura de vida ou morte,
é a certeza do incerto,
é a natureza do homem!
E no fim, eu não pude fazer nada...
Porque o que eu queria
era apenas segurar nas suas mãos.
Porque o que eu queria
era apenas poder sorrir novamente.
Porque o que eu queria
era apenas ter orgulho
de carregar o seu anel comigo
pra sempre...
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